A morte de Jéssica Manuela, de 31 anos, acende um alerta grave sobre o uso de canetas injetáveis para emagrecimento adquiridas de forma irregular. Segundo informações, ela utilizou por conta própria uma caneta supostamente do tipo Mounjaro, passou mal, desmaiou e acabou se engasgando com o próprio vômito, vindo a falecer.

Há suspeita de que a caneta estivesse adulterada, possivelmente contendo insulina ou outra substância não declarada. As fabricantes do Ozempic e do Mounjaro não comercializam matéria-prima para manipulação, o que torna desconhecida e perigosa a composição dessas versões chamadas de “manipuladas”. Entidades médicas já solicitaram à Anvisa a suspensão dessas canetas, e a Polícia Federal recentemente apreendeu diversas unidades em uma operação contra medicamentos falsificados.

Estudos científicos, como o STEP-1 e o STEP-4, indicam que cerca de 68% do peso perdido pode retornar após a interrupção do uso do medicamento. Além disso, até 40% do peso eliminado pode ser massa magra, principalmente em pessoas que não realizam musculação nem mantêm alimentação adequada.

De acordo com o nutricionista e professor Cassiano Diniz, essas medicações reduzem o apetite e o desejo alimentar, mas não impedem efeitos como indisposição e perda muscular, especialmente quando utilizadas sem acompanhamento profissional ou de forma ilegal. O especialista ressalta que, apesar de representarem um avanço importante no tratamento da obesidade, o uso inadequado pode trazer riscos graves à saúde.