Conhecido empresário catarinense, que comprou frigorífico da vítima na Encosta da Serra gaúcha, vira réu como mandante do homicídio. Quase quatro anos depois do crime, um empresário badalado e dois supostos comparsas viram réus pelo assassinato de Adélcio Haubert, 65, ex-vice-prefeito de Santa Maria do Herval.
O juiz de Dois Irmãos, Miguel Carpi Nejar, aceitou a denúncia contra os três. Eles devem ir a júri. O crime, conforme o Ministério Público, teve motivação financeira. Haubert era dono do frigorífico Boa Vista, que já foi o maior empregador e fonte de receita de Santa Maria do Herval. Empresário popular e respeitado, aceitou o convite para concorrer a vice-prefeito e ocupou o cargo de 1993 a 1996. Em maio de 2018, decidiu vender o frigorífico para o empresário catarinense Cristiano de Bem Cardoso, 44. A tradicional firma estava em recuperação judicial.
O comprador, que ostentava negócios com artistas de renome nacional e prometia reerguer o frigorífico com pesados investimentos, fez uma proposta irrecusável. Ofereceu R$ 10 milhões, parcelados, com o compromisso de sanar todas as dívidas e financiamentos. A expectativa do expressivo investimento combinou com as aparências. Cardoso passava a imagem de empreendedor bem-sucedido. Já chegou de helicóptero à empresa, de forma triunfal, impactando positivamente funcionários e a população.
Mas não pagava o antigo dono, nem honrava as dívidas. A produção começou a cair ainda mais. O negócio promissor começava a se revelar um calote milionário. Haubert passou a cobrar a dívida com frequência, pessoalmente, no frigorífico. Incomodado com as cobranças, conforme o Ministério Público, Cardoso mandou matar o credor.
De acordo com a denúncia do promotor de Justiça Bruno Amorim Carpes, encaminhada nesta segunda ao fórum, o empresário delegou o assassinato ao funcionário de confiança Silvio Soares das Chagas, 48, que recrutou Jôni André Haubert, 34, e outro homem, não identificado, para a excussão.









































