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Policiais femininas sofreram spray de pimenta nos olhos durante curso no Ceará, relata participante

Na semana passada, uma policial civil do Maranhão denunciou ter sido agredida por outro policial durante curso preparatório no Ceará e mostrou os hematomas nas redes sociais.

Uma policial participante do curso em que o instrutor foi denunciado por ter agredido uma das alunas conversou com a TV Verdes Mares e revelou detalhes da formação. Segundo a policial, que não preferiu não se identificar, o curso teve várias desistências por conta de “punições” e situações degradantes a que as participantes eram submetidas.

O caso chamou atenção após uma policial civil do Maranhão mostrar os hematomas da agressão que teria sofrido no curso ministrado pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp). Conforme a denunciante, o instrutor teria agredido ela e outras 21 alunas com uma ripa de madeira após o sumiço de um pedaço de pizza. Após a agressão, a policial desistiu da formação e precisou procurar apoio psicológico.

A policial que conversou com a reportagem também desistiu do curso, porém por conta do desgaste físico. Ainda assim, logo na primeira semana de formação, algumas circunstâncias chamaram a atenção da participante.

“O exercício inicial era uma marcha de 12km. A gente fala marcha, mas na verdade era uma corrida. Tem agente fardada, com fuzil, mochila com todo o material, tem os agentes químicos, e algumas alunas têm pesos a mais“, explica, completando que a distribuição de pesos extras a alunas não teria relação com o condicionamento físico da mesma, mas sim com situações da vida pessoal da aluna, que passa por uma espécie de investigação pelos instrutores antes do início do curso.

“No caso da marcha, algumas pessoas levaram agente químico (gás pimenta) diretamente no olho, outras, além de todo esse peso que era comum a todas as alunas, algumas estavam com dois fuzis, com três, estavam com uma corrente no pescoço”, detalha a policial sobre os pesos extras. “É uma carga a mais para que ela (aluna) não se forme”, completa.

Além dos pesos, o uso de gás pimenta nas alunas, conforme a policial, ocorreu de modo desproporcional.

“Geralmente, ele é para espalhar, mas no caso das meninas que tinham uma carga a mais, o gás foi direto nos olhos e algumas até desistiram. Teve uma, inclusive, que estava com três fuzis, não tava conseguindo enxergar, estava com o colar, esse colar de corrente mais pesada, e ela desistiu porque já estava com todo esse sobrepeso e também não estava conseguindo enxergar durante a marcha”, relembra.

 

Manual do curso prega união entre alunas

 

Segundo o Manual da Aluna, disponibilizado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o curso tem por finalidade “ambientar, adaptar e preparar as alunas para que possam atuar operacionalmente no Estado do Ceará e em qualquer outro Estado […], além de desenvolver as seguintes características necessárias ao profissional de segurança pública: autoconfiança, decisão, equilíbrio emocional, iniciativa, liderança, persistência, resistência e rusticidade.”

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