Durante grande parte do século 20, a homossexualidade era vista como desvio, distúrbio ou doença por médicos, psiquiatras e pela sociedade em geral. Anúncios em jornais e revistas prometiam a chamada “cura” para o que se denominava na época como homossexualismo — termo hoje considerado ofensivo e ultrapassado.
Essas propagandas ofereciam “tratamentos” que iam de choques elétricos e internações em clínicas psiquiátricas até injeções hormonais e sessões de hipnose. Entre as frases utilizadas, estavam absurdos como:
- “Recupere sua masculinidade com nosso tratamento intensivo.”
- “Clínica especializada em curar desvios sexuais.”
- “Terapia para jovens com tendências homossexuais.”
Essas práticas, muitas vezes legitimadas por setores médicos e religiosos, deixaram cicatrizes profundas em milhares de vidas. Foi apenas em 1990 que a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia proibiu as chamadas terapias de “reversão sexual” em 1999 — embora até hoje existam grupos que tentam disfarçá-las sob o rótulo de “cura gay”.
A imagem que acompanha esta publicação é uma recriação, feita com inteligência artificial, inspirada nesses anúncios absurdos do passado — um lembrete de que o preconceito já foi vendido como tratamento. E de que ainda há muito a ser enfrentado.