A busca por uma solução definitiva para os constantes bloqueios no cruzamento da linha férrea com a SC-446, em Siderópolis, avançou nesta quarta-feira (20/08), com uma reunião entre a Comissão Intermunicipal de Vereadores e a diretoria da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), na sede da empresa, em Tubarão. A concessionária reconheceu os transtornos causados à população e se mostrou aberta a colaborar na construção de alternativas.
O encontro contou com a participação do diretor-presidente da FTC, Benony Schmitz Filho, que destacou que a empresa também estuda soluções técnicas e se comprometeu a participar da próxima agenda da comissão com a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE), em Florianópolis.
Segundo o vereador de Siderópolis, Daniel Gamba, representante da comissão, a posição da empresa é um passo importante para que o problema histórico seja resolvido. “A ferrovia demonstrou compromisso em buscar alternativas. A presença do diretor na reunião com o Estado é fundamental para avançarmos em uma solução que una esforços do poder público e da concessionária”, afirmou.
A comissão trabalha com duas propostas principais. A solução ideal e definitiva é a construção de um elevado sobre a ferrovia, obra estimada em R$ 15 milhões. A segunda, de maneira paliativa, é um contorno viário. O projeto prevê a pavimentação de 900 metros de uma estrada alternativa já existente, com custo estimado em R$ 2 milhões.
A FTC já sinalizou a possibilidade de colaborar com o anel viário, em parceria com a Prefeitura de Siderópolis, que elaborou o projeto.
Outro ponto em discussão é a renovação antecipada da concessão da FTC, que vence em 2027. Os vereadores defendem que a solução para a SC-446 seja incluída como contrapartida obrigatória da empresa no novo contrato. “Não se trata apenas de mobilidade, mas de justiça com a população que há anos convive com prejuízos diários. A renovação da concessão é uma oportunidade de garantir esse investimento como obrigação da concessionária”, destacou Gamba.
A SC-446, bloqueada diariamente por manobras de carregamento de carvão mineral, enfrenta de três a quatro interrupções diárias, que duram em média 20 minutos. O impacto atinge serviços essenciais, como ambulâncias presas no congestionamento, trabalhadores atrasados e até médicos que evitam atender na região devido à dificuldade de acesso.
A data da reunião com a Secretaria de Estado da Infraestrutura ainda será confirmada. A comissão é integrada por vereadores dos municípios de Siderópolis, Treviso, Lauro Müller e Bom Jardim da Serra.