No local, o quadro de agitação persistiu, exigindo o esforço conjunto de várias pessoas para que a equipe médica pudesse realizar o atendimento. A cena, filmada e compartilhada nas redes sociais, gerou revolta e dividiu opiniões mas expôs, acima de tudo, a incapacidade de parte da sociedade de lidar com o sofrimento alheio sem recorrer à agressão.
Mais uma cena lamentável foi registrada na tarde deste domingo 26/10/25, no bairro Vista Bela, em Londrina (PR). Uma travesti foi flagrada completamente nua, em aparente surto, possivelmente causado pelo uso excessivo de entorpecentes. Moradores, em vez de acionar imediatamente o socorro, reagiram com violência. A vítima acabou sendo agredida antes da chegada da Polícia Militar, que acompanhou o atendimento e encaminhou a pessoa à UPA do Sabará.
Mais do que um episódio isolado, o caso revela um problema estrutural: a ausência de empatia e de preparo emocional para agir diante de situações que envolvem saúde mental e vulnerabilidade social. A reação violenta de alguns moradores reflete a ignorância sobre o que é, de fato, um surto psicótico e o quanto a falta de compreensão pode transformar vítimas em alvos.
A agressão, sob qualquer justificativa, jamais é solução. Violência não trata surtos, não combate vícios e muito menos resolve o sofrimento humano. Pelo contrário: amplia a dor, reforça o preconceito e empurra ainda mais para a margem aqueles que já vivem à beira do abandono.
É urgente compreender que pessoas em sofrimento psíquico ou sob efeito de drogas não precisam de castigo público, mas de atendimento especializado e de uma rede de apoio eficiente. A omissão e o julgamento não curam. O que cura é o cuidado, o acolhimento e a responsabilidade social.
EA NOTÍCIAS lembra: toda vida merece respeito. A violência não cura, não educa e não transforma apenas destrói.







































