Índice de Desempenho Socioeconômico foi de 5,452 para 6,147 pontos no período de dez anos, mostra IBGE
O Brasil e todas as unidades da Federação tiveram aumento na qualidade de vida e bem-estar entre os anos de 2008 e 2018. No período, o IDS (Índice de Desempenho Socioeconômico) avançou 12,8%, de 5,452 para 6,147 pontos.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, dia 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a inclusão das aquisições não monetárias de serviços, captadas apenas na edição 2017-2018, o IDS passa para 6,212.
Leonardo Oliveira, analista responsável pela pesquisa, explica que o índice de desempenho socioeconômico é o resultado da quantidade de recursos gerados por uma sociedade e a perda de qualidade de vida que ela sofre em determinado período.
“Tal índice permite comparar as diversas UFs em uma métrica comum que desconta do progresso econômico as perdas apontadas pelo IPQV (Índice de Perda de Qualidade de Vida)”, afirma o pesquisador.
Entre 2008 e 2018, as maiores altas no IDS (Índice de Desempenho Socioeconômico) ocorreram em Roraima (32%) e Sergipe (25,8%), onde a RDFPC (Renda Disponível Familiar per Capita) é mais baixa que a média nacional, enquanto Rio Grande do Sul (9,1%) e Rio de Janeiro (5,6%) tiveram os menores incrementos.
O analista explica que, para o IDS de estados com rendas muito elevadas, pequenos incrementos do IPQV podem anular os benefícios gerados pelo crescimento de renda. Por outro lado, áreas com renda mais baixa, ao apresentarem aumento real na RDFPC e/ou melhoria no IPQV, conseguem ter um impacto mais significativo no IDS.
“Mesmo em áreas com RDFPC mais elevada e que já tenham ampla disponibilidade de hospitais, saneamento básico, boa rede de transporte público etc., é importante a manutenção e ampliação destes serviços para uma evolução no IDS”, observa Oliveira.
O Distrito Federal registrou o maior valor de IDS em 2017-2018: 6,923, contra 5,969 no período anterior, com alta de 16% e ultrapassando São Paulo, que ocupava o topo em 2008-2009. O crescimento do IDS de São Paulo no período foi de 10,3%.
Já Roraima obteve o melhor desempenho, com acréscimo de 32% do IDS. Deve-se destacar que esse estado foi o que teve a redução mais significativa no IPQV (47%), acompanhada do maior aumento da RDFPC, de 70% (de R$ 674,65 para R$ 1.148,39).
“Isto demonstra que, além da melhoria do desempenho econômico proveniente do ganho da renda, a população avançou na qualidade de vida em múltiplas dimensões não monetárias”, analisa Oliveira.
Em situação oposta está o Rio de Janeiro, que foi a UF com menor incremento no IDS no período (5,6%). Esse estado teve o menor aumento de renda real do período, de apenas 3,1% (de R$ 1.645,97 para R$ 1.696,88), e a menor queda no IPQV (-22,2%).
Outros destaques foram Maranhão e Pará, que, embora tenham mostrado crescimento nos seus respectivos IDS, de 18,3% e 16,8%, permaneceram os mais baixos do Brasil — 4,841 e 5,067, respectivamente.
*Via R7